sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Poema d'acromática solitude urbana




Sobre a calçada de pedras,
à mesa escura repousa
copo já quase vazio:
cabelos grisalhos,
erosões na testa,
barba branca,
peito fechado,
sandálias pretas,
pés de Portinari.
 Ao lado, cadeira vazia
na hora cinza da vida.
Cena humana comum
d'acromática solitude urbana.