sábado, 1 de junho de 2013

Cavalos!



         Talvez seja uma das lembranças mais antigas da minha infância, mas me recordo como se fosse ontem o dia em que montei pela primeira vez. Era um cavalinho tordilho de aluguel em pracinha. Alguns o chamariam de pangaré, mas para mim era um bravo gigante, Pegasus!

        Meu pai pediu ao rapaz que o conduzia para se afastar um pouco, para tirar uma foto. Naquele momento, o bicho bateu o casco no chão com força, se tremeu todo para espantar as moscas, do alto da crina à cauda, e deu um longo e sonoro sopro fazendo vibrar narinas e beiços.

        Aquilo fez o cheiro de cavalo de roça subir e invadir a minha alma. Ao mesmo tempo meu coração disparou deliciosamente e por instinto me estiquei para segurar as rédeas. Aquela sensação maravilhosa provocada pela adrenalina e aquele cheiro inconfundível ainda estão aqui, dentro de mim.

        Depois desse vieram muitos outros. Cavalinhos de aluguel, de fazenda, de hotel, de quartel, de clube, de todas as raças, tamanhos e cores. Foram cavalgadas, passeios, desfiles, quilômetros a galope, saltos, tombos e algumas fraturas pelo corpo. Dentre todos guardo em meu coração especialmente um, Voust Noir.  Desculpe-me velho guerreiro pelo mau jeito na hora da despedida. Fique com Deus.



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