Quase todos os dias, luto contra um leão que me habita.
Nunca consigo matá-lo, quando muito o enjaulo por ora.
Maioria das vezes, o carnívoro me domina e me devora.
Nessa hora, a dor que sinto vem da carne alheia que grita.
As presas reagem, defendem-se, causam-me dor também!
Elas, eu, e a fera interior: guerra imaginária - minha derrota.
Será que um dia, nessa selva mental, encontrarei segura rota,
por onde caminhe, sem que o felino me lance contra alguém?
Acredito que a vida seja uma sinuosa estrada experimental,
mas a experiência de embates, por mim criados, já me basta.
O que fazer? O jeito é achar modo de vitimar o íntimo animal.
Mas a besta não morre. Sem efeito as armas, o adestramento.
Sigo em frente, sentindo o hálito do faminto que me espreita.
Ensaio me reinventar, dando ao bicho poesia como alimento.
4 comentários:
Muito bom poder conhecer as diversas facetas dos amigos ;) ... Adorei! Sucesso e alegrias. Bjs Rosinha
Obrigado, Rosinha!
Bjs
Muito bom! Soneto lindo e perfeito, na arte e na técnica.
Obrigado pelo comentário, Chang!
Bj
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